domingo, 11 de janeiro de 2009

Texto de 2007.

Em pleno século 21, especialmente nos grandes centros urbanos, muita gente acha que as questões sobre direitos civis, sobre preconceito e sobre assimilação já estão resolvidas. Antes a discriminação era direta: contra mulheres, negros, gays, deficientes físicos. Mas, no século 20, a luta pelos direitos civis tornou isso ilegal. Só que, agora, surgiu uma nova forma, mais sutil, de discriminação, por exemplo, não contra todos os negros, mas somente contra aqueles usam um cabelo diferente.Você pode ter a sua identidade, mas sem invadir o que a sociedade chama de normal. Se você faz parte de um grupo sempre excluído, inevitavelmente alguém vai pedir para você se comportar de uma maneira que não é a sua. Por exemplo, se você é gay, não pode andar com seu companheiro de mãos dadas na rua. Daí a confusão: se você diz que não tem problemas com os gays, por que não podem demonstrar seu carinho em público como os outros?Você tem que misturar na massa, você tem que ficar indistinguível. Você é aceito, desde que se enquadre em certos padrões de respeitabilidade: modo de se vestir, de ser, de estar. Precisa disfarçar sua identidade para ser aceito na sociedade, na verdade não aceito, mas tolerado.A hipocrisia é geral, pois dizem aceitar as diferenças, quando na verdade o racismo e o preconceito passam de pai para filho em forma de piadas que teriam bem mais graça se não fossem o retrato da nossa ignorância.Muitas formas de violência poderiam ser evitadas com um gesto simples: respeito. Será que é tão difícil respeitar as diferenças? Será que é tão difícil respeitar as opções individuais? Não é normal alguém ser normal hoje em dia, em nenhuma parte do mundo. Temos que nos dar bem entre nós e, para isso, precisamos parar de fingir que somos iguais. Compreender que somos diferentes e respeitar isso. Sem tanto preconceito e discriminação podemos levar uma vida muito melhor.

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