domingo, 29 de março de 2009

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Ah, se eu pudesse...

sábado, 28 de março de 2009

Dia feliz.

Dia feliz com a melhor companhia que eu poderia querer. Dia em que a volta de ônibus parece menos longa porque fico pensando e gravando cada detalhe dela, dia em que sou mais simpática com todos por estar contente de ter estado com ela, dia de alegria no fim da noite.
É, hoje foi tudo o que eu poderia querer. Mais uma dose, please?
=)

segunda-feira, 23 de março de 2009

"Estou me acostumando comigo
Revendo a casa, os vizinhos
E os vazamentos
E isso já não me assusta mais

Estou me acostumando contigo
Revendo palavras sem modismo
Olhares antigos
Nas frases que você agora traz

Se volto pra mim
Pouso na terra
E é macio saber
Que isso não me assusta
Que já não me assusta
E me gusta voltar."

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um futuro brilhante e um coração apertado.

"Aqui é dor, aqui é amor, aqui é amor e dor:
onde um homem projeta seu perfil e pergunta atônito:
em que direção se vai?”
[Adélia Prado]

Sinto uma espécie de conforto, todas as coisas parecem estar dando certo. A minha família está super bem, todos fazendo o que devem fazer, eu acabo de entrar na faculdade em um ótimo curso e a minha carreira só está começando. Um futuro brilhante, foi o que sempre me disseram que eu teria. Não sei, talvez não estejam muito errados. Pelo menos eu sempre encontro disposição para dar o melhor de mim em algo que decido que quero e até agora nada saiu errado. Sempre consegui todas as coisas que decidi ter.
A garotinha aqui do futuro brilhante vai dando seus pequenos passos para quem sabe um dia ser alguém importante, alguém que fez algo importate para as pessoas, algo que mude a vida de muita gente pra melhor. Quem sabe, né? Não custa sonhar... Não custa tentar.
Pois é, todas essas coisas boas acontecendo e eu continuo não me sentindo tão bem no meio de tudo isso. Às vezes me acho super ridícula e ingrata com todas as coisas que a vida tem me oferecido, às vezes acho que é tudo injusto e ingrato comigo, às vezes não acho mais nada e tento esquecer... Mas é difícil, sabe? Eu sempre acabo chorando em fins de noites e eu simplesmente odeio isso. ODEIO. Odeio ser tão... tão frágil assim, odeio ser tão paciente, odeio ser tão passiva, odeio ser tão passional, odeio ser tão piegas... bah...
Bom, talvez eu saiba o que é que falta. E eu sei que eu sei, mas e daí? Não faz muita diferença porque não consigo me mover muito pra mudar isso. Eu juro que tô tentando, juro que tô saindo, que tô conhecendo pessoas... Sim, eu tô conhecendo pessoas! Veja só, na última baladenha falei com três pessoas que eu não conhecia antes, pessoas que conheci ali naquelas festas. Isso parece bom, né? Conhecer pessoas, fazer coisas novas... Tá vendo? Tô tentando de verdade.
Mas ainda falta e eu sei o que falta. Eu sei que eu sei o que falta, mas eu não sei o que fazer. Tá, quer saber o que falta? É que eu fico com vergonha de admitir que sinto falta disso. De verdade, eu que sempre gritei alto que seria independente e que necessitar disso é um puta ato de limitação. Justamente eu... ah! É meio torturante ter que admitir isso aqui. Mas vamos lá, eu sou a garota do futuro brilhante. Ok, o que falta é aquela pessoa pra esquentar meus pés em dias de frio, sabe? Aquela pessoa pra ver todo dia, aquela pessoa pra comprar presentinhos, aquela pessoa pra entender com um olhar, aquela pessoa pra... AH! Você já entendeu bem o que falta.
Na boa, eu acho que seria uma ótima companheira, sabe? Não é querendo me gabar e nem gastar a minha pouca auto-estima que resta para o fim do mês, mas eu seria agradável. É o que eu penso porque quando me imagino em uma situação dessas me vejo tão solícita, paciente, compreensiva... Essas coisas que dizem ser essencias pra fazer dar certo, sabe? Não que eu acho que seria exatamente assim, nunca se sabe, mas é o que eu penso em ser. Eu estaria ali a cada momento em que fosse solicitada, eu faria de tudo pra te agradar, eu não me importaria quando quisesse ficar sozinha, não me importaria de passar noites acordada, faria surpresas a cada dia, escreveria coisinhas dedicadas a você, prepararia café da manhã, no dia do seu aniversário eu faria a maior festa, a maior bagunça ou simplesmente comemoraria quietinha se assim fosse preciso, eu acharia músicas com o seu nome e se não existissem eu escreveria, eu mandaria cartões postais de todos os lugares que eu fosse, eu descobriria a forma certa de gerar créditos para celular só pra poder falar com você todos os dias, só pra poder mandar mensagens de bom dia dizendo "Bom dia, flor do dia!=D", eu faria tudo, tudo, tudo só pra te agradar, só pra te ver feliz, só pra te ver bem, sabe? Você ainda tá lendo? Será? Acho que não, não acredito muito no meu potencial pra entreter pessoas. Mas é isso, é tudo isso. Talvez eu esteja exigindo muito, talvez eu esteja querendo algo comum e simples, talvez(certeza) eu nem precise de procurar alguém que eu gostaria de dedicar tudo isso.
É que eu só queria que o título não fosse verdadeiro, queria ser a menina do futuro brilhante e do coração aquecido. Mas a gente não pode ter tudo que quer, né? Pois é.

"I wait for you...
By the end of time...
Until my days...
My days ended."

sábado, 14 de março de 2009

"Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar – mentalmente, dormindo ou acordado – todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência."
[Caio Fernando Abreu]

segunda-feira, 9 de março de 2009

Bah.

Já cansei de posts enormes cheios de lamentações e reclamações sobre o-quanto-é-injusto-tudo-o-que-acontece-comigo blah blah blah blah blah. É impressionante o quanto eu insisto nisso, impressionante o quanto eu sou chata. É impressionante o jeito que eu consigo sair de casa com a intenção de me divertir e beber além da conta para passar mal no meio de todo mundo, levar alguns foras seguidos, ficar no meio de todas as pessoas sem conseguir me entrosar com ninguém, acabar com todos os meus cigarros dando para mulheres que vão embora assim que a chama do isqueiro se apaga, ficar o tempo todo desejando a presença de uma única pessoa que eu não posso ter, ficar o tempo todo desejando estar enfiada em casa para ninguém perceber o quanto sou tosca, dançar desajeitadamente com pessoas desconhecidas, pedir selinhos na porta de banheiros, dar em cima de quem eu não poderia, falar alto demais coisas que ninguém poderia ouvir, acabar a noite chorando por me sentir o ser mais anormal de todo o mundo e me perguntando qual o meu problema afinal.
Eu disse que tava cansada de lamentações. -.-

Ah, e só pra constar que eu desisto de tentar. Desisto de tentar me divertir em lugares assim, desisto de tentar conversar com pessoas, desisto de tentar suprir a falta dela com bebida demais, desisto de tentar encontrar traços dela em qualquer outra mulher, desisto de tentar me sentir bem, desisto de tentar ser sociável, desisto de ficar sozinha no meio de multidões, desisto de sair de casa. Desisto definitivamente. Próximas noites fico em casa e bebo sozinha, pelo menos assim ninguém vai precisar cuidar de bêbado.





Ressaca moral é a pior de todas.

domingo, 8 de março de 2009

...

Eu canso, sabe?

quinta-feira, 5 de março de 2009

I wish I was special, but I'm a creep.

Ok, exagero da minha parte fazer um post com tal título. Mas é que tem dias que a frase do título resume o que eu sinto. Sim, mais exagero ainda. Admito. Talvez pessoas como eu sejam sempre exageradas em tudo. O que acontece é que eu fico pensando que sempre me dou mal em assuntos emocionais. E isso não é exagero, garanto! Vamos lá, eu explico... Já tive amores platônicos e eu nem conseguia olhar para a pessoa "vítima" de tal sentimento, pense no quanto eu me sentia creep naquela época. Nada satisfatório. Já fiquei com pessoas por algum tempo sem me importar muito e quando tudo acabou não precisei me recuperar. Já gostei de pessoas e eu nem sabia que aquele sentimento era esse tal "gostar". Já tive alguém que gostou realmente de mim e eu não dei importância, simplesmente joguei tudo no lixo. Já gostei demais de alguém e.
Tá vendo? Parece que nada nunca se completa. Sempre tem alguém que gosta mais, sempre tem alguém que se importa mais, sempre tem alguém que não sabe que gosta, sempre tem alguém que faria tudo pela pessoa que gosta enquanto a outra só está ali por comodidade. Acho que várias dessas situações já aconteceram comigo, por isso acho que não faço parte das pessoas que têm uma vida emocional decente. Acho que nem tenho uma "vida emocional" de fato.
Nos últimos dias tenho estado totalmente desiludida, sem vontade... Eu que esperei tanto para passar no vestibular e acreditava que depois disso tudo mudaria, agora tô aqui com esse vazio de novo. E agora, o que fazer? Fiquei um ano todo reclusa, sem sair, sem falar direito com as pessoas, sem me esforçar para manter as relações já existentes. Talvez tenham algumas exceções, mas de um número bem limitado. E daí quando finalmente passei fiquei super empolgada e queria voltar a falar com todas aquelas pessoas de antes, queria sair pra comemorar, encher a cara, receber milhões de ligações, pensei que pessoas especiais iriam me convidar para sair e comemorar, nossa... esperei tanta coisa dessa tal de aprovação! Só que daí no dia 17 cadê os antigos amigos? Cadê os telefonemas? Cadê as pessoas especiais me chamando para comemorar? Cadê? Nada disso aconteceu. Talvez eu tenha criado expectativas demas em relação a isso e daí acabei me frustrando. Ou será que eu deveria ter esperado tudo isso mesmo?
Enfim... não é só isso que me incomoda. Acho que a fase de ficar chateada por nada disso ter acontecido já passou. O problema agora é o tal do vazio. Tá, eu passei no vestibular depois de tanto tempo me esfoçando para conseguir. E agora? E daí? O que eu faço? Sei lá, é como se faltasse alguma coisa, sabe? É como se eu não estivesse completa. Tá aí mais um motivo para o título do post. Eu queria tentar entender o que é que me falta, entender o que é que procuro tanto sem resultados satisfatórios.
Fui sair com amigas do cursinho esta semana. Um casal de meninas lindo e super especial. É legal perceber como pessoas que se gostam de verdade se olham, é muito legal ver como elas têm um código especial de comunicação, é legal ver que a cada dia elas se reconhecem mais, a cada dia elas são mais companheiras, a cada dia se ajudam mais, a cada dia fazem o dia uma da outra mais especial assim. Daí eu paro e me pergunto, será que é isso que falta? Resposta imediata: nãooo, justamente eu que sempre achei super brega essa coisa de casalzinho, de apelidinhos, de coisas melosas e grudentas... justamente eu que não sei o que é isso. É, eu não sei. Apesar de todas aquelas constatações do meu estado de creep, nunca tive a oportunidade de testar como é isso de ficar tanto tempo junto, de compartilhar do mesmo brilho no olhar, do mesmo jeito de conhecer um ao outro. Justamente eu que não sei o que é isso iria gostar de ter isso agora? Por quê? Só para tentar descobrir se é isso que falta, tentar descobrir se com isso aliviaria as noites sozinha, os planos de fim de semana solitários, as festas sem graça, se com isso ficaria confortável quando tivesse uma daquelas crises de choro... Justamente eu escrevendo assim sobre isso, por quê?
Na verdade eu não tenho respostas para isso. Talvez nos últimos tempos, tempos de mudanças, eu esteja mais sensível que o normal, mais carente que o normal, mais sozinha que o normal... Talvez eu queira alguém que diga que sou especial, alguém que diga que sentiu a minha falta, alguém que consiga conversar e discutir sobre opiniões divergentes sem que isso gere uma briga, alguém que cuide de mim, que me diga que vai ficar tudo bem, alguém para ir ao cinema, alguém para dar e receber presentes bobos, para tomar sorvete, deitar no colo, dormir abraçada, contar segredos, alguém que fique satisfeita com a minha companhia mesmo nos piores lugares, nos piores dias, alguém para dedicar músicas... alguém que talvez não exista ou talvez eu só consiga pensar em um única pessoa com a qual eu gostaria de dividir tudo isso.
Eu nunca desejei relacionamentos padrões, nunca achei que seria confortável estar em um. Talvez as coisas que eu penso assustem bastante gente. Acho que tenho me sentido muito só, talvez eu só precise de uma companhia para dividir algumas coisas, para compartilhar bons momentos. Alguém que seja real, que eu não fique planejando coisas, idealizando palavras e ações.
Ah, como eu queria não me sentir assim. Como eu queria ser a velha Kamilla durona e indepente mesmo que por dentro viva caindo aos pedaços. Como eu queria ter coragem de apagar tudo o que acabei de escrever.
*suspira*

domingo, 1 de março de 2009

28/02/09

Em mais uma noite bêbada de sábado aqueles velhos pensamentos voltam a me atormentar. Eu poderia escrever uma crônica se a minha criatividade ajudasse, poderia escrever um conto se minha sensibilidade fosse suficiente. Mas fico aqui com essa escrita seca e crua só para fazer a noite passar e o sono chegar. Estava pensando em como as coisas podem mudar em pouco tempo, poderia dizer que estou fazendo a velha lista do Oswaldo. É impressionante como tanta coisa que antes era essencial agora já nem faz mais tanta diferença. Impressionante como quando era mais nova tinha tanta coisa que era capaz de me fazer ficar o dia todo na cama, a semana toda mal humorada, ter aquela vontade de matar todo mundo da escola, aquela depressão de sangue e dor, tanta coisa que me fazia sofrer, que me fazia sentir como se meu mundo fosse acabar em pouco tempo. E as pessoas? Ah! Era tanta gente que eu jurava que não conseguiria viver sem, tanta gente pra quem eu jurei amor eterno, tanta gente que me jurou amor eterno, tanta gente... Agora as gentes cresceram, estão trabalhando, namorando, casando, tendo filhos, construindo casas e mais um milhão de coisas que gente normal faz. Agora eu olho para tudo com certa indiferença, tento não deixar que tanta coisa influencie no meu cotidiano, afinal tenho mais um milhão de problemas para resolver. E aquelas pessoas ainda têm um lugar aqui, aquelas pessoas deixaram saudade, mas eu já não consigo manter qualquer comunicação decente. Talvez a gente vai crescendo e aquela paixão vai acabando, talvez os interesses mudem, talvez aquilo tudo não passou de uma fase louca e estranha ou então cada vez mais me torno distante e indiferente a todos os acontecimentos que me cercam. Talvez eu só não me importe mais. Apesar de jurar que vou terminar meus dias sozinha, bebendo em noites de sábado para conseguir dormir, rejeitando qualquer convite para suposta diversão vaga em lugares estranhos, fumando cada vez mais, a roupa cheia de pêlos de qualquer animal que consiga me suportar, o rosto marcado pelo tempo, aquela cara de sapata acabada, aquele vazio que só aumenta... Apesar de jurar que isso tudo vai ser verdade daqui uns anos, eu tenho um medo, sabe? Medo de acabar sozinha com todos os meus livros, músicas, quadros, animais, bebidas e cigarros. Medo de não fazer o que dizem que é significativo. Medo de não alcançar a tal da felicidade que eu me recuso acreditar. Não, agora não. Talvez eu ainda tenha alguma paixão para lutar contra ideais fabricados, lutar para provar que posso saber muito mais do que aqueles assuntos sobre quem-comeu-quem ou quem-foi-a-última-besha-a-se-assumir, você não ficou sabendo, menina? Pois é, sempre soube que era uma enrustida. Ahhh! Não, essas coisas são complementos! Não que eu seja a nerd chata que só sabe falar sobre os últimos avanços tecnológicos ou sobre como foi difícil terminar aquela programação, mas acho que é tudo MUITO MAIOR do que esse pequeno espaço em que tentam se limitar, em que tentam ME limitar. Não, eu não quero parecer arrogante aqui, é só o que eu venho sentindo nos últimos tempos, o que eu venho percebendo. Parece que ninguém mais se interessa por nada que ultrapasse o seu pequeno cotidiano, parece que ninguém mais consegue olhar além do seu umbigo. Ah, tudo bem. Agora pode me dizer que eu sou exatamente assim e provo tudo escrevendo isso aqui. Não me importo, pelo menos eu finjo que consigo ver além, pelo menos eu finjo que consigo falar sobre coisas variadas, pelo menos eu finjo que sou interessante (apesar da farsa acabar em duas horas), apesar de me sentir o ser mais ridículo de toda a Terra, apesar de meus olhos já estarem ardendo porque passei da conta do teor alcoólico suportado e só consigo digitar no Word porque ele me corrige, apesar de ser decadente e... Aaaahhh!