terça-feira, 28 de julho de 2009

Cotidiano.

Acordo sempre mal humorada, sem noção do que estou fazendo. O barulho do despertador é insuportável. Desorientada tendo ter forças para levantar, mas antes disso meu pensamento corre para uma única certeza: ela ainda está dormindo - nos fins de semana, ao acordar sem despertador, corro para verificar se há algum sinal de sua existência no celular, ela sempre acorda antes de mim.
O dia segue normalmente, toda aquela rotina de sempre. São 34km(ou mais) de ônibus. Se não consigo dormir durante a viagem sempre tem uma música tocando, uma música que me faça lembrar dela. São 34km(ou mais) pensando em como seria ver o sol que está nascendo agora ao seu lado, em como seria se eu pudesse a acordar, se eu pudesse ser acordada por ela. Mando mensagem dizendo alguma coisa, qualquer coisa que esconda algo tipo como-eu-sinto-a-sua-falta-e-morro-de-vontade-de-ter-você-todo-dia.
Um monte de informações são despejadas sobre mim, páginas e mais páginas. 200 exercícios para fazer em quatro dias. Nada de tão diferente, apesar de ser desesperador. Sigo as aulas esperando resposta para a mensagem que chega logo. Sorrio. Mais informações, mais exercícios... Até a hora do almoço. Daí eu penso, penso que seria divertido almoçar junto com ela ou até mesmo tentar cozinhar algo que ela goste, mesmo não sendo minha especialidade. Penso que seria bom ter refeições mais saudáveis e mais tempo de descobrir o que cozinhar. Enquanto descanso ouço mais uma música, lembro daquele dia especial e suspiro. No fim sempre sou obrigada a ceder e fazer aqueles 200 exercícios, nada de descanso.
Mais aula, sono... Tédio. Depois de almoçar é sempre difícil se concentrar, se manter acordada. Penso nela, o que está fazendo agora? Mando uma mensagem, qualquer coisa que esconda algo tipo queria-ver-o-que-faz-agora-e-saber-se-fica-tão-dispersa-quanto-eu-em-horários-assim-e-decorar-sua-cara-de-sono-e-tédio. Mais coisas a fazer, falta tempo para respirar.
Fim de tarde, às vezes acaba mais cedo. Mais 34km(ou mais) na volta pra casa. Nos últimos tempos tenho dormido muito, cansaço que não acaba. Ao chegar em casa só penso em tomar banho e correr para verificar se tem algum scrap ou e-mail dela e esperar até a hora marcada para poder conversar com ela. A melhor hora do dia é quando vejo aquela janelinha do msn, sabe? Daí eu esqueço o cansaço e todo o resto... Só quero estar totalmente concentrada nela. Tentar perceber tudo tendo tão pouco, tentar sentir o que ela sente lendo o que escreve, tentar estar presente mesmo estando distante, tentar fazer tudo por ela mesmo não podendo muito. E o que é incrível é que não se passa um dia sem que eu vá dormir contente por, mesmo que pouco, poder conversar com ela. Poder saber o que ela faz, o que ela pensa. Poder saber sobre como foi o seu dia, saber o que acontece quando eu não estou. Poderia ficar vários e vários dias só a ouvindo, só a olhando. Porque é só com ela que tenho me sentido bem, só com ela tenho sentido aquela velha cumplicidade, aquele velho carinho, aquela velha necessidade. Só com ela.
O tempo acaba, amanhã preciso acordar cedo de novo, ela também. Nos despedimos meio enrolado, meio sem querer ir apesar de saber das obrigações do dia seguinte. Desconecto-me do que é muito sendo pouco.
Antes de dormir mais uma mensagem, qualquer coisa que esconda algo tipo é-incrível-perceber-que-a-cada-dia-você-continua-crescendo-mais-em-mim. Durmo pensando nela, durmo torcendo para sonhar com ela e espero poder pelo menos por alguns segundos tê-la ao meu lado. Quando eu durmo sempre parece que falta algo, falta um abraço, falta um beijo. Falta ela aqui, nos meu braços. Quase sempre sonho com ela, mesmo ao dormir sua imagem não se apaga, sua lembraça não se vai. Sonhos muitas vezes cotidianos, outras vezes divertidos e outras excitantes.
No dia seguinte tudo começa outra vez e outra vez e outra vez. A certeza que tenho é que sonho sempre, dormindo ou acordada, com o dia que poderemos nos econtrar mais vezes, com o dia que poderei decorar cada detalhe do seu rosto, do seu corpo, da sua voz, do seu silêncio, dos seus hábitos, do seu jeito de andar... Com dia que poderei finalmente dormir sem sentir falta de nada...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

I miss her...