segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Segunda-feira.

Ah, que semana horrível... Eu sei, ela mal começou. O problema é comigo mesmo, TPM como não tinha há muito tempo, vontade de matar alguém, vontade de dormir para sempre...
Hoja conheci umas pessoas novas no cursinho. Uma mocinha que conseguiu 415 pontos de agumento e nem fez cursinho pré-vestibular. Ela só não passou por causa da letra na redação. Isso causa indignação, né? Mas o problema não é esse, tenho certeza que neste semestre ela estará na turma de Medicina...
Fui perguntar para a moça como ela estudava e ela "Ah, eu estudo em casa... vou lendo as coisas normalmente..." Difícil de acreditar, né? Pois bem, a solução não está no modo como ela estuda e sim na escola. A moça me contou que acabou de sair do Leonardo da Vinci, de longe uma das melhores escolas do DF.
Isso me fez pensar em como o sistema pode ser injusto. Enquanto alguns têm uma boa escola a vida toda e não encontram dificuldade nenhuma na prova monstro do Cespe, outros passam dois, três, seis anos tentando vestibular para Medicina.
E daí criam sistema de cotas e adição à notas para tapar o sol com a peneira. Tentam com isso driblar o enorme déficit que os alunos trazem desde os primeiros anos de escola, escola pública.
Hoje me senti um pontinho tão minúsculo no meio disso tudo... Na conversa com as outras meninas amigas da mocinha dos 415 pontos me perguntaram o curso que eu queria e eu respondi:
-Engenharia...
-Aaahh, que legal! Qual?
-De redes...
-É, você tem cara. Em que escola estudava?
Aí tudo parou, né? Afinal de contas eu não estudei numa escola popular e recorde de aprovações na UnB. Aí é que ocorreria a idealização delas de "Ah, você tem grandes chances de passar." ou "Coitada, vai demorar mais uns três anos." No fim respondi: "Em uma escola aí do Goiás... lá no fim do mundo." As meninas riram do meu jeito de falar, mas por trás daquelas risadas pude sentir qualquer coisa que não era tão engraçada assim.
E foi assim que o pontinho aqui voltou para casa desanimada da vida. Passei a tarde pensando naquela conversa e achando que apesar dos meus progressos significativos nessa longa saga rumo à UnB, talvez ainda falte bastante para finalmente chegar.
E o que fazer? Não dá para voltar à escola e fazer tudo de novo, não dá para fazer uma revolução e mudar tudo isso. haha! Continuaremos todos no mesmo ciclo de cursinhos e pontinhos... cursinhos e pontinhos... até que alguém que estudou a vida toda em uma escola precária passe em primeiro lugar em Medicina (sim, isso acontece) para reanimar as esperanças dos novos vestibulandos.

Um comentário:

-rayane- disse...

Rsrsrs, adorei o texto.
Pow mila, o sistema é injusto, não tem pr onde correr, mas essa idéia de cotas foi uma boa, os argumentos irão abaixar (para nós), não me importo de quererem facilitar, pelo contrário acho bem digno. Vc falando que se sentiu um pontinho, lembrei a 1° vez que fiz cursinho (pré-pas ainda) caralhooo, foi qnd vi: não sei de nada. No vestibular as coisas pioraram, rsrsrs, um pontinhozinho mesmo, faz parte se sentir um pontinho. Uma fase que deverás passar aqueles que entrarem nessa briga, mas fulô relaxa, uma hora essa macumba vai e se não for agora, é daqui a pouco e se não for daqui a pouco, um dia vai. O gostinho de graça no final vai ser ótimo. Você vai ver :~
Boa prova, aproveita, sua demanda está 7 por vaga :~
Para você: sorte, humor e conteúdo e para mim tbm \o/