sexta-feira, 15 de maio de 2009

Hoje eu voltei andando para casa. Às vezes sinto necessidade de fazer isto. É bom sentir o fim da tarde/começo da noite, é bom olhar as pessoas e carros passando desesperadamente. Os meus pensamentos bagunçados, todos querendo atenção. Depois de uma longa e fria semana anestesiada por obrigações, tenho muitas coisas que não tiveram espaço aqui.
Uma semana inteira dedicada à programação científica, cáclulo diferencial e operações em n dimensões. Agora só penso em descansar e ficar na cama até amanhã para conseguir agüentar a próxima semana. Eu penso que tenho sorte de estudar tanto, tenho sorte de não ter tempo para dar ouvidos aos meus pensamentos.
Um ser estranho habita meu corpo. Seus impulsos fatídicos e desejos momentâneos me fazem desacreditar da possibilidade de qualquer tipo de vida "normal". Não que tal ser seja tão feroz e imponente, só é perseverante. Não se contenta com espaços vazios, não se sente bem em noites insones, não se sente bem com noite completas, não silencia quando deveria. Cada parada para respirar etá marcada com a sua presença, com a sua perseverança e insistência insuportáveis. Eu silenciaria sua voz para sempre se fosse capaz, se suportasse simples momentos de calmaria. Mas não, não consigo me contentar com toda a paz, hamonia e simplicidade que existiriam sem tal ser. Eu preciso sentir medo para conseguir me mover, preciso me sentir desafiada para ter coragem de sair da cama, preciso do caos para mover meus sentimentos. No fim das contas a culpa é toda minha. No fim da caminhada descubro que afinal sou eu quem está lá, sou eu quem está aqui.

Um comentário:

Poeta Mauro Rocha disse...

Ola!! Todos os poemas são meus, com relação a seu texto, no fim descobrimos o que sempre está lá e que nunca vai mudar de lugar, somos o que somos.Boa semana.

BJS