quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Que seja doce.

"Tenho um dragão que mora comigo.

Não, isso não é verdade.

(...)
Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.
(...)
Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar - você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".
Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.
(...)
Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ir ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.
(...)
Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias - você compreende?
Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim - hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.
Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.
(...)
Quando volto a pensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo - tão banal e sedento - a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz. (...)"
[Caio Fernando Abreu.]

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Os Efêmeros.

"Ando em busca d'Os Efêmeros. Encontro-os por todos os lados. Passantes calmos ou afoitos, vendo-se ou vendo-me. Os efêmeros são os vivos, os que podemos ver, e os fantasmas que vemos mesmo que não existam, e os que existem e não podemos ver. Qual a cegueira que nos toca, que nos impede a mira? O que eu veria se destapasse os olhos? Veria os efêmeros, os que se escondem, atrás de suas próprias nucas, e à sua frente perdidos de si mesmos em busca de si mesmos por meio de outros, e os outros? Outros, os desistentes e os insistentes, os efêmeros com seus sapatos, saias, bolsos, máquinas de fotografar, sombras; lêem livros, fazem teatro, assistem,esperam, comem, andam, olham, chegam, vêm, vão, os efêmeros estão por todos os lados, simples, complexos, apressados, com seus trejeitos, sorrisos, fome, seus objetos de espera, de sedução, repetem a vida, repetem a morte em vida, repetem a vida em vida, a armadura que sustenta toda vertigem. Os efêmeros formam atalhos, desvios, andam, andam, seguem lemingues sempre prontos ao abismo lento ao qual demos o nome de esperança. Os efêmeros são feitos de sinais, filigranas, fascínio, atenção, esperas, pés no chão, amor, prazer, conversas, ordens, são antípodas, são a nossa imitação. Os efêmeros nos perguntam e não respondem, os efêmeros só esperam que os ajudemos a atravessar a grande vertigem. Sempre a espera do grande contentamento invisível. Desnudemos os olhos. Queremos nossos olhos nus para que os efêmeros passem em seu cortejo triunfal em paz.
Os efêmeros somos nós."

[Márcia Tiburi']

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Que horas? Me diga...

[Você é uma luz
Debaixo da porta?
No sonho de quem
Você vai e vem
Com os cabelos
Que você solta?
Que horas,
me diga que horas, me diga
Que horas você volta? ]



"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas".
[Caio Fernando Abreu ]

"Sim, eu, esta que olha para os pés enquanto anda; a que tem medo de perder o caminho e não saber voltar." Eu que nunca sei dizer tudo o que eu queria dizer e acabo me perdendo em todas as coisas que nunca te disse e nunca vou dizer. Eu que tenho esse jeito estranho e bobo de sentir. Eu que tenho essa mania de escrever coisas na última folha do caderno. Eu que tenho mania de colecionar pedacinhos de você. Eu que me acho tão sem graça e sem cor, mas mesmo assim te espero para oferecer um abraço. Eu que não sei quanto tempo mais tudo pode durar, mas tento não pensar em coisas assim. Eu que tenho medo de escuro (ou seria medo do que se esconde embaixo da minha cama?). Eu que em noites como essa queria tanto seus abraços, queria tanto seu olhar e uma das suas histórias para dormir. Eu que preciso de colo. Eu que não me importo de dizer que sinto mesmo sua falta e que espero você voltar. Eu que te gosto desse jeito desajeitado. Eu que tenho esses olhos pequenos e distantes. Eu que fico tão feliz com pedacinhos de atenção, de carinho. Eu que não sei o que fazer das oportunidades mais importante. Eu que não sei ficar sem você. Eu que só queria você por perto...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Descansar...

Pois bem, estou eu aqui dois dias depois do grande dia. Não há nada para fazer, nada para pensar, nada para escrever... haha! Tenho sim alguns livros, algumas séries, um cubo mágico, mas nada de tão importante, nada de urgente. Será esse o tal alívio? Será esse o tal descanso? Pois eu já estou com um pontinha de saudade daquela vida agitada, daquele monte de coisas para fazer. Saudade dos amigos do cursinho, saudade da rotina, saudade... Queria muito que todos os amigos tivessem passado, poderiamos continuar essa mesma vida, essa mesma rotina lá, na UnB. Mas infelizmente não foi o que aconteceu... Vou pra lá sozinha, mais uma vez um mundo novo, com pessoas novas, informações novas... Tudo novo de novo. Isso dá um medinho, sabe? Eu, como boa canceriana, ficaria o resto da vida com as mesmas pessoas e talvez a mesma rotina. Mas, a ascendência em escorpião e lua em libra não me deixam descansar de verdade e aceitar a rotina... sempre quero mais e fico assim, de saco cheio por ficar parada. Mas o medo do novo não tem como superar, acho que os meus maiores traumas de infância foram nas novas escolas. Talvez isso explique. haha!
É... acho que eu tenho mais algumas futilidades para olhar na net, algum seriado para assistir e um cubo mágico para resolver.
Bom dia, dia! =D

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eu passei! Eu passei!


É, não conheço sensação melhor do que essa... A de ver o meu nome na lista de aprovados e sair gritando alucinada pra todo mundo ouvir: "Eu passei! Eu passei!". Levar banho de farinha, tinta, confete e mais um milhão de coisas desconhecidas, compartilhar essa conquista com as pessoas que eu amo, abraçar os amigos, brincar no trote... Até agora fico repetindo baixinho pra mim "eu passei, eu passei, eu passei."Ainda não consigo acreditar, sabe? É tudo incrível demais! É tudo perfeito demais! =D

Desespero.

Ok, ok... eu sei que "desespero" é demais, mas é hoje. É hoje! Hoje todos os meus sonhos podem se realizar e toda a minha vida pode mudar assim, ó... Puuuff! É hoje... e eu tô com um medo terrível de tudo o que possa acontecer, mas mesmo assim chutei o balde, deixei todos os compromissos para outro dia e vou pra lá, lá pra UnB pra talvez ver o meu nome brilhando na lista dos aprovados. hahaha!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Terça-feira, 1h29.

E só poderia ser em madrugadas como essas que as piores e as melhores coisas saem de mim. Sempre me alimentei de pequenos momentos como esse, a casa escura, a fumaça cobrindo, a luz da tela fazendo meus olhos arderem, a cabeça a mil, vontade de mudar tudo, de sair correndo e encher a cara ou de ligar pra alguém e conversar até amanhecer. Já tive a oportunidade de compartilhar muitas madrugadas assim com pessoas realmente especiais. Foram horas de conversas intelectuais, sentimentais, sexuais, psicopatas... Horas de coisas para compartilhar que só a madrugada consegue revelar, horas de conversas animadas e excitantes, horas de conversas tristes e nostálgicas... Tanta coisa que não aconteceria enquanto existissem luzes acesas. Ela já me disse pra tomar cuidado com o bafo de enxofre da madrugada. E eu realmente tento tomar cuidado com isso, mas às vezes não dá.
E hoje estou aqui online no msn mas sem ninguém pra conversar, sem ninguém pra ligar, sem ninguém... Não sei qual seria o conceito de "sem ninguém". Consigo pensar em algumas pessoas e sentir uma ternura que não dá pra explicar, até consigo me sentir menos sozinha pensando em tais pessoas. Mas elas não estão aqui para me ajudar a suportar o tal bafo de enxofre, daí eu escrevo.
Eu sempre fiz vários blogs mas acabo excluindo depois de um tempo, talvez seja por discuido ou por perder a vontade... Mas em madrugadas como essas um blog pode realmente ser o seu melhor amigo. Sim, eu poderia escrever em um caderno ou em qualquer outro lugar, mas eu gosto dos meus dedos correndo rápidos pelo teclado, gosto de ouvir os barulhos da tecla e de não ter que me preocupar com a letra... Eu nunca consegui manter um diário, nunca consegui encontrar sentido em anotar os acontecimentos de cada dia. Talvez eu tenha dado pouca atenção para muitas coisas especiais que simplesmente acabaram. Se eu tivesse anotado com data e talvez um daqueles papéis de doces grampeados na folha talvez pudesse me recordar melhor de tudo o que aconteceu. Mas eu prefiro me manter longe de tais lembranças, às vezes prefiro afastar todas elas dos meus pensamentos e só seguir vivendo momentos banais... o vazio às vezes ajuda a seguir em frente.
Talvez quando você diz que eu me importo demais sobre como tudo parece ser possa estar certa. Ou talvez eu só tente me importar com o que sinto que não posso perder, talvez eu tente manter o mínimo de atenção ao que me faz bem, ao que me faz acordar sorrindo. Eu não deveria escrever coisas assim em um blog, mas é que eu não sei para quem escrever. Eu sinto como se alguma coisa realmente grande estivesse para acontecer, mas eu não consigo entender o que é. Eu tenho medo de que seja algo que eu não possa controlar, que eu não possa suportar. Tenho medo de ficar em pedacinhos e demorar para recolher e colar todos. Eu tenho medo de que possa acontecer coisas boas e eu não saber como aproveitar, tenho medo de poder te ver sempre e ser mais chata ainda. Tenho medo da possibilidade de sentir mais, de viver mais. Acho que me acostumei tanto com essa pequena rotina, esses pequenos acontecimentos... Eu me acostumei tanto com você que não consigo imaginar uma outra vida da qual você não faça parte.
Eu sei, eu sei que vai dizer que isso é tudo coisa de mulherzinha e que eu sempre exagero em tudo, sempre faço drama... mas entenda, baby... entenda... é madrugada. Eu sei que talvez nada seja da proporção que eu imagino, eu sei que não é assim que você se expressa, eu sei... Eu sei de quase tudo o que pode dizer, só não sei é o que eu posso sentir com isso.
O problema de estar aqui é que agora eu já não consigo apagar mais nada e vai tudo saindo assim, se eu não clicar no botão para publicar não vou conseguir dormir, não vou parar de pensar em tudo isso até amanhã, até o nível de álcool ficar tão alto que vou começar a achar tudo a maior besteira que eu poderia ter dito. Talvez eu nem precise de álcool, amanhã nem vou sentir mais nada assim.
Que porcaria de blog. Que droga de dramalhão da madrugada. Boas noites.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Em Fortaleza.

Já são dez dias aqui em Fortaleza de férias. Eu não sabia que poderia ser tão bom sol, praia, areia... Sai de casa jurando que seria a chata do guarda-sol o tempo todo. Mas é meio impossível não se encantar com o mar e com as pessoas daqui(sim, a estranha anti-social gostou das pessoas). Há dez dias durmo ouvindo o barulho das ondas quebrando, assim que acordo é só me sentar na cama que já posso ver o mar e ficar observando da minha janela as mudanças de cores do mar. É super lindo tudo isso, a cidade tem uma ótima estrutura e as casas são todas construções antigas, nos bares e barracas o atendimento é sempre ótimo e somos sempre recebidos com sorrisos, o centro cultural é super bacana e cheio de gente underground, dá pra ver o movimento do porto o dia todo e ficar imaginando quantas pessoas de diferentes lugares passam por ali, dá pra ficar o dia todo na varanda pensando no quanto queria estar aqui com aquela pessoa especial, dá vontade de ficar o dia todo no sofá sentindo a brisa e o cheiro do mar, dá vontade de casar, vir morar aqui, adotar um cachorro e ser feliz pra sempre. Haha! Ok... a última parte é só efeito da maresia.
Ontem quando fiquei sozinha em casa acabei conferindo o gabarito do vestibular, corrigi tudinho e fiz as estimativas para a minha nota. Acho que fiquei entre 188 e 236 pontos. Talvez dê pra passar, agora estou dependendo da redação. Só dia 16 pra saber. O resultado foi satisfatório, nem eu mesma acreditei que conseguiria melhorar tanto de um vestibular para outro. O estranho é só pensar no que vai acontecer da minha vida de agora pra frente. Por enquanto estou aqui desligada do mundo, dormindo tarde e acordando cedo feliz da vida, passando a manhã toda na praia comendo caranguejo e bebendo cerveja pra depois chegar em casa bêbada e dormir o resto do dia. Nem parece que eu tenho uma vida e uma casa em outro lugar. Mas eu tenho e realmente não sei como será a partir de agora. Dá um super medo pensar no que pode aconter e no grande número de mudanças que estão por vir...
Às vezes eu sinto falta de algumas coisas de menos de um ano atrás... Sinto falta daquela ingenuidade toda e daquelas conversas, daquelas pessoas, daquela vida estranha e de chorar o dia todo por estar longe de casa. Sinto falta de como tudo ia passando rápido e eu nem sabia o que fazer, sinto falta de usar sempre o celular para falar com ela, sinto falta da voz dela e dos mimos dela por eu estar com o pé quebrado. Eu sei que sinto falta de coisas estranhas, mas acho que sempre vou sentir falta de tudo, mesmo o que não tenha sido tão bom... sei lá... É que mudanças às vezes incomodam, às vezes é dfícil passar por coisas novas, às vezes é difícil ter que suportar situações diferentes e ver as pessoas que já estiveram tão perto fazendo coisas que não estão mais relacionadas a mim.
É, eu acho que só consegui sentir a nostalgia do começo de ano agora porque tenho chances de passar para uma outra etapa e é dia de chuva e não dá praia hoje.